domingo, 29 de março de 2009

Orkut: mais nova ferramenta de recrutamento

ISEAD WorkAgência de estágio

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Orkut: mais nova ferramenta de recrutamentoComunidades ou recados inconvenientes podem deixá-lo de fora da seleção Quem, hoje em dia, está por fora da mania dos sites de relacionamento – em especial, o Orkut? Segundo dados do próprio site, 74,62%dos milhões de usuários pelo mundo são brasileiros, o que prova o potencial comunicativo de nosso povo. Pensando nisso, alguns recrutadores já estão usando informações presentes no site para melhor avaliar os candidatos. A Decidindo, agência de marketing promocional especializada no público jovem, recentemente recrutou 104 universitários de todo o Brasil para atuarem como Agentes Decidindo em eventos e promoções. Durante a seleção, que atraiu cerca de 7 mil interessados, a empresa adotou a estratégia de pesquisar a página dos candidatos na etapa final. “Nossa intenção era ver como a pessoa se comunicava, o número de amigos, as comunidades, enfim, precisávamos verificar se a pessoa era comunicativa”, diz Rodrigo Clemente, sócio-fundador da Decidindo. Foram cerca de 1.800 páginas de Orkut analisadas, e muitas reservaram surpresas aos selecionadores, como fotos de nus, comunidades suspeitas (do tipo “Odeio trabalhar”), entre outras esquisitices. Após a averiguação feita pela empresa, os contratados ficaram surpresos ao saberem que seus perfis virtuais foram analisados. Clemente afirma que a experiência foi extremamente positiva, e que pretende recorrer ao uso do Orkut em próximos processos seletivos.

“Hoje em dia é fundamental conhecermos o caráter e o lado pessoal do profissional”. Os 104 Agentes Decidindo selecionados, segundo ele, casam perfeitamente com suas definições virtuais e estão se saindo muito bem na função.

Orkut também demite Além de ser uma promissora ferramenta de recrutamento, seu perfil na internet pode igualmente depor contra você em casos, por exemplo, de mentiras para faltar ao trabalho. Foi o que ocorreu com a gerente de telemarketing Clarissa Sormani. Uma funcionária certa vez entregou a ela um atestado médico por estar com o braço quebrado. “Ela até veio de gesso”, diz. A funcionária, aparentemente impossibilitada de trabalhar, faltou durante uma semana. “Um dia, aleatoriamente, entrei na página dela e, nos recados, vi amigos perguntando ‘como estava a praia'. E ela ainda respondia dizendo que tudo havia dado certo, ou seja, a mentira do braço quebrado havia colado”, conta a gerente. Mas foi por pouco tempo.

Clarissa esperou que ela retornasse ao trabalho para, então, demiti-la. Ou seja, até no Orkut mentira tem perna curta. Como conclusão, é possível afirmar que meios de comunicação como esse já fazem parte das relações profissionais de muita gente. Ainda segundo Clarissa, o site é extremamente eficaz para adquirir mais informações tanto do candidato quanto do funcionário já contratado, mas faz uma ressalva.

“O Orkut é muito bom para se conhecer a pessoa, mas é difícil saber o limite entre o lado pessoal e o profissional”, diz ela, que também procura pesquisar a página de candidatos em processos de recrutamento. Clemente acredita que, daqui para frente, consultas profissionais ao Orkut e outros sites de relacionamentos serão cada vez mais recorrentes. “Por enquanto, pelo menos, nossa pesquisa ao Orkut está superando as expectativas em termos de resultados”. E você, acha que sua página está adequada ao perfil requerido pelos recrutadores ou precisa de uma “adaptadinha”?

Fonte:http://carreiras.empregos.com.br/carreira/administracao/comportamento/241005-orkut_recrutamento.shtm

Fundamentos Legais

Curso de Pedagogia> Credenciamento

Pedido de credenciamento junto ao CEE/PE para implatação em Pernambuco de programa de formação de professores da educação infantil e da primeira fase do ensino fundamental (CURSO DE PEDAGOGIA EM REGIME ESPECIAL), destinado a professores em exercicio no sistema estadual de educação de pernambuco.

Relator: Conselheiro Antonio Inocêncio Lima
Processos Nºs 176/2002, 01, 83, 97, 107 e 108/2003

APROVADO PELO PLENÁRIO EM 15/03/2004

Confira o documento > http://www.isead.com.br/isead/html/legalidade.php

FONTE:http://www.isead.com.br

Calendário 2009 > UVA



Calendário acadêmicoPedagogia
Sequenciais de Três anos
Aulas extras
Sequencias de dois anos

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Janeiro01/01/09 Confraternização Universal

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fevereiro02/02/09 Início das aulas 1º p

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09/02/09 Inicio das aulas 2º, 3º e 4º p

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20 a 25/02/09 Recesso de carnaval

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março13/03/09 I Encontro Estágio Superv. I e II

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30/03 a 03/04/09 1º Avaliação (1º p)

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abril03/04 a 09/04/09 1ºavaliação(2º ,3º e 4º p)

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10/04/09 Paixão de Cristo - Feriado

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12/04/09 Páscoa

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16/04/09 II Encontro Estágio Superv. I e II

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21/04/09 Tiradentes - Feriado

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30/03 a 03/04/09 1º avaliação (1º p)

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03/04 a 09/04/09 1ºavaliação(2º,3º e 4ºp)

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maio01/05/09 Dia do trabalhador -Feriado

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13/05/09 III Encontro Estágio Superv. I e II

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19 a 21/05/09Semana Acadêmica

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junho05/06 a 12/06/09 2ª avaliação (geral)

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11/06/09 Corpus Christi - Feriado

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15/06/09 IV Encontro Estágio Superv. I e II

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16/06 a 19/06 2ª chamada (geral).

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22/06 a 26/06 Prova Final (geral)

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23 e 24/06/09 São João -Feriado

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29/06/09 V Encontro Estágio Superv. I e II

FONTE: http://www.isead.com.br/isead/html/agenda.php

GRADUAÇÃO > PEDAGOGIA (ISEAD)



Pedagogia

Cordenadora:
Patrícia Ignácio e Severino Marcos de Oliveira Carneiro
Horário:aos sábados(integral)
Duração: 3 (três) anos e 6 (seis) meses
Mensalidade 2009.1: R$ 189,00 (até o vencimento) R$ 200,00(retardatários)

Mercado de trabalho
Essa é uma profissão em que não há perigo de desemprego. O aumento da população em idade escolar amplia o número de colégios. Ao mesmo tempo, a concorrência entre as escolas faz com que os pedagogos mais competentes sejam duramente disputados. Também se alarga o acompanhamento pedagógico de projetos educativos financiados pela iniciativa privada, geralmente em creches e favelas. Crescem ainda as oportunidades nas áreas de treinamento de recursos humanos em empresas. Salário médio inicial: R$ 950,00 Em alta: Escolas particulares

Disciplinas1° Semestre

Língua Portuguesa (60h)
Ética e Cidadania (60h)
Metodologia do Trabalho Científico (60h)
Fundamentos Históricos e Filosóficos da Educação (90h)
Fundamentos Sociológicos (90h)
Psicologia do Desenvolvimento (60h)
Estudo Orientado I (60h)
Subtotal 480 horas

2° Semestre

Estatística Aplicada a Educação (60h)
Pesquisa e Prática em Educação I (60h)
Planejamento Educacional (60h)
Projetos Pedagógicos (60h)
Políticas Públicas e Organização da Educação Brasileira (60h)
Educação e Trabalho (60h)
Estudo Orientado II (60h)
Seminário Temático I (45h)
Subtotal 465 horas

3° Semestre

Teoria e Organização Curricular (60h)
Avaliação Educacional (60h)
Gestão Educacional Empresarial (90h)
Coordenação/ Supervisão Pedagógica (60h)
Pesquisa e Prática em Educação II (60h)
Educação e Tecnologia da Informação e Comunicação (60h)
Psicologia Institucional (60h)
Seminário Temático II (45h)
Subtotal 495 horas

4° Semestre

Educação e Movimentos Sociais − Multiculturalismo (60h)
Educação no Campo (60h)
Educação Urbana (60h)
Educação Indígena (60h)
Didática Aplicada a Educação Básica (90h)
Estágio Supervisionado I (75h)
Subtotal 405 horas

5° Semestre

Psicologia da Aprendizagem (60h)
Educação Especial (60h)
Educação de Jovens e Adultos (45h)
Literatura Infanto-juvenil (60h)
Educação Infantil (60h)
Métodos e Técnicas de Alfabetização (60h)
Arte e Educação (60h)
Estágio Supervisionado II (75h)

6°Semestre

Leitura e Produção textual (90h)
Metodologia do Ensino da Língua Portuguesa (75h)
Fundamentos da Matemática Elementar (90h)
Metodologia do Ensino da Matemática (75h)
Seminário Temático III (45h)
Estágio Supervisionado III (75h)
Subtotal 450 horas

7° Semestre

Ensino de História e Geografia (75h)
Metodologia do Ensino de História e Geografia (75h)
Ensino das Ciências (75h)
Metodologia do Ensino de Ciências (75h)
Trabalho de Conclusão de Curso − TCC (60h)
Estágio Supervisionado IV (75h)
Seminário Temático IV (45 h)
Subtotal 480 horas
TOTAL: 3.225 horas

FONTE: http://www.isead.com.br/isead/html/pedagogia.php
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segunda-feira, 23 de março de 2009

EDUCAFRO > Educação e Cultura afro-brasileira obrigatória

Cultura afro-brasileira obrigatória
Lei determina que o calendário escolar inclua o 20 de novembro como o Dia Nacional da Consciência Negra



O ensino da história e da cultura afro-brasileira agora é obrigatório nas escolas do Ensino Fundamental e Médio, oficial e particular. A Lei 10.639, de 09 de janeiro de 2003, de autoria da deputada Esther Grossi (PT-RS), altera a anterior, Lei 9394/96, que estabelecia as diretrizes e bases da educação nacional, e foi promulgada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na sexta-feira passada, dia 10....



O conteúdo programático, conforme a lei, incluirá o estudo da História da África e dos africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política pertinentes à História do Brasil.




A lei especifica ainda que o assunto referente à temática "História e Cultura Afro-Brasileira" será ministrado, em especial, nas áreas de Educação Artística, Literatura e História brasileiras. A lei determina também que o calendário escolar inclua o dia 20 de novembro como "Dia Nacional da Consciência Negra".





De acordo com a diretora do Ensino Médio do Ministério da Educação, Maria Beatriz Gomes da Silva, a lei vem realçar o que já é feito nas escolas. "Esse tipo de ensino já existia, mas não com força de lei. Já havia orientações de diversidade étnica, incluindo a cultura afro-brasileira. A lei destaca o cuidado que se deve ter com a história e a cultura afro", explica.

Maria Beatriz acredita que essa nova lei não vá atrapalhar as outras disciplinas já existentes e que o combate à discriminação seja também ação da sociedade. De acordo com a diretora do Ensino Médio do MEC, a questão discrimatória nasce na sociedade, não na escola, e que a sociedade teria outros mecanismos para reduzir o racismo, não só o setor educacional. "Nosso País é um país de mestiços. Essa lei vai permitir um enriquecimento do conteúdo e incluir o negro no planejamento de forma explícita", conclui.

A chefe do núcleo das séries finais do Ensino Fundamental (5 a 8 série) da Secretaria de Educação, Denise Farage, acha a lei desnecessária por já ser tratada a história e a cultura afro nos currículos escolares. "Isso é redundância. Como é que se estuda a história do Brasil sem estudar a história afro?", surpreende-se. Denise foi coordenadora da Subcomissão de História para a reformulação dos currículos da Educação Básica das escolas públicas do DF em 2000 e informa que há seis itens diretamente ligados à questão do negro de 5 a 8 séries.

"Além dessas, há outras questões em que o negro está incluído. A temática está no currículo de forma bem explícita, assim como o índio. Nós distribuímos aspectos diferentes em todas as séries", explica Denise Farage.

* Ao conhecimento e à valorização da história dos povos africanos e da cultura afro-brasileira na construção histórica e cultural do País.

FONTE: Revista CONSTRUIR NOTÍCIAS

Pedagogia da Autonomia - de Paulo Freire



Este pequeno-grande livro de bolso, com apenas 163 páginas. É um livro necessário a todo educador que se diz voltado para uma relação ensino > aprendizagem dos novos tempos, de interação e respeito à vida, à comunidade, e amor ao saber, aquele saber construído e transformado pela reflexão. Estou sempre relendo suas páginas, seu conteúdo reflexivo e amoroso sobre a prática do ensino.



Mestre Paulo Freire em 03 capítulos subdivididos em tópicos agradáveis de ler, com simplicidade, mas com mestria na exposição do seu pensamento, intenciona nos abrir os olhos para uma prática de ensino onde estão presentes sempre o humanismo, o respeito ao saber do outro, a interação professores e alunos, e a responsabilidade do educador como ser em constante movimento de aprimoramento pessoal e profissional, para levar a cabo uma prática voltada para a criticidade e respeito pela cultura que o cerca.



"Ensinar exige segurança, competência profissional, e generosidade" "Ensinar não é transferir conhecimento" "Ensinar exige curiosidade", com chamadas como estas, o mestre vai desenvolvendo esta obra que é um reflexo de sua vivência dedicada à educação, na lida com comunidades as mais diversas e carentes de uma educação que a verdadeira democracia deveria abordar e construir.

Um livro para todos, mas fundamental para professores.

Assistam ao video no YOUTUBE:
http://www.youtube.com/watch?v=YzURD6CgVs4


FONTE: ISTO É

Sobre o autor
Paulo Freire: educador reconhecido internacionalmente pelo método de alfabetização

Introdução
Paulo Régis Neves Freire, educador pernambucano, nasceu em 19/9/1921 na cidade do Recife. Foi alfabetizado pela mãe, que o ensina a escrever com pequenos galhos de árvore no quintal da casa da família. Com 10 anos de idade, a família mudou para a cidade de Jaboatão.

Biografia
Na adolescência começou a desenvolver um grande interesse pela língua portuguesa. Com 22 anos de idade, Paulo Freire começa a estudar Direito na Faculdade de Direito do Recife. Enquanto cursava a faculdade de direito, casou-se com a professora primária Elza Maia Costa Oliveira. Com a esposa, tem teve cinco filhos e começou a lecionar no Colégio Oswaldo Cruz em Recife.

No ano de 1947 foi contratado para dirigir o departamento de educação e cultura do Sesi, onde entra em contato com a alfabetização de adultos. Em 1958 participa de um congresso educacional na cidade do Rio de Janeiro. Neste congresso, apresenta um trabalho importante sobre educação e princípios de alfabetização. De acordo com suas idéias, a alfabetização de adultos deve estar diretamente relacionada ao cotidiano do trabalhador. Desta forma, o adulto deve conhecer sua realidade para poder inserir-se de forma crítica e atuante na vida social e política.

No começo de 1964, foi convidado pelo presidente João Goulart para coordenar o Programa Nacional de Alfabetização. Logo após o golpe militar, o método de alfabetização de Paulo Freire foi considerado uma ameaça à ordem, pelos militares.Viveu no exílio no Chile e na Suíça, onde continuou produzindo conhecimento na área de educação. Sua principal obra, Pedagogia do Oprimido, foi lançada em 1969. Nela, Paulo Freire detalha seu método de alfabetização de adultos. Retornou ao Brasil no ano de 1979, após a Lei da Anistia.

Durante a prefeitura de Luiza Erundina, em São Paulo, exerceu o cargo de secretário municipal da Educação. Depois deste importante cargo, onde realizou um belo trabalho, começou a assessorar projetos culturais na América Latina e África. Morreu na cidade de São Paulo, de infarto, em 2/5/1997.

Obras do educador Paulo Freire:• A propósito de uma administração. Recife: Imprensa Universitária, 1961.
• Conscientização e alfabetização: uma nova visão do processo. Estudos Universitários – Revista de Cultura da Universidade do Recife. Número 4, 1963: 5-22.
• Educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 1967.
• Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 1970.
• Educação e mudança. São Paulo: Editora Paz e Terra, 1979.
• A importância do ato de ler em três artigos que se completam. São Paulo: Cortez Editora, 1982.
• A educação na cidade. São Paulo: Cortez Editora, 1991.
• Pedagogia da esperança. São Paulo: Editora Paz e Terra, 1992.
• Política e educação. São Paulo: Cortez Editora, 1993.
• Cartas a Cristina. São Paulo: Editora Paz e Terra, 1974.
• À sombra desta mangueira. São Paulo: Editora Olho d’Água, 1995.
• Pedagogia da autonomia. São Paulo: Editora Paz e Terra, 1997.
• Mudar é difícil, mas é possível (Palestra proferida no SESI de Pernambuco). Recife: CNI/SESI, 1997-b.
• Pedagogia da indignação. São Paulo: UNESP, 2000.
• Educação e atualidade brasileira. São Paulo: Cortez Editora, 2001

Fonte
www.novaescola.com.br

sábado, 14 de março de 2009

A Era dos Extremos >>> O breve século XX.

¨A destruição do passado - ou melhor, dos mecanismos sociais que vinculam nossa experiência pessoal à das gerações passadas - é um dos fenômenos mais característicos e lúgubres do final do século XX. Quase todos os jovens de hoje crescem numa espécie de presente contínuo, sem qualquer relação orgânica com o passado público da época em que vivem.¨



Talvez o maior mérito do livro A era dos extremos de Hobsbawm seja transmitir uma forte impressão do tamanho da catástrofe humana que foi o século XX. Catástrofe em relação às mortandades gigantescas, sem equiparação possível com qualquer período histórico anterior. Catástrofe em relação à desvalorização do indivíduo, ao qual, durante longos momentos do século, foram negados todos os direitos humanos e civis, que haviam sido arduamente conquistados durante o ‘longo século’ precedente: 1789-1914.

Em Era dos extremos, o renomado historiador egípcio Eric Hobsbawm explica a trajetória da sociedade no período compreendido entre os anos 1914 e 1991. O título do livro remete às experiências verdadeiramente antagônicas que coexistiram no século XX.

A primeira metade do século foi marcada pela Primeira Guerra Mundial (1914-1918), seguida pela Revolução Russa (1917), passando pelo momento mais negro do capitalismo mundial, a quebra da bolsa de Nova Iorque (1929), culminando na Segunda Guerra Mundial (1939-1945), conflito que envolveu diretamente a quase totalidade dos países.

A partir do fim da Segunda G.M., conheceu-se uma nova ordem mundial, o mundo bipolarizado. As divisões das áreas geográficas de influência do bloco soviético e do bloco estadunidense foram institucionalizadas pelo tratado de Potsdam (1945), assinados por Truman, Stalin e Churchull, então chefes de estado dos EUA, União Soviética e Inglaterra, respectivamente. A esta parte de Era dos extremos faz parte também a corrida armamentista e tecnologica entre as duas potências antagônicas. A bipolaridade regeu as relações internacionais e o mundo conheceu uma verdadeira revolução científica e tecnológica, fomentada pela competição entre as economias comunista e capitalista.

A China passou por sua Revolução sob o comando de Mao Zedong, tornando-se uma nova potência comunista. Antes alinhada com o bloco soviético e, posteriormente, passando para a esfera de influência estadunidense, apos a cisão sino-soviética (1959).A ordem bipolar permaneceu até a queda do bloco soviético, incapaz de manter sua economia com os altos gastos provenientes da corrida armamentista.

Os momentos finais da ordem bipolar foram simbolizados pela queda do muro de Berlim (1989) e o fim da União Soviética (1991). A hegenomia capitalista passa a dominar o mundo de fins de século XX.

Em toda sua obra, Hobsbawm aborda, além dos grandes eventos históricos, a evolução dos costumes da sociedade, os movimentos culturais e também a trajetoria historica de paises chamados periféricos, na África e na América do Sul.

No final do livro, Hobsbawm descreve a crise da própria economia capitalista. Ao lado de muita informação importante, Hobsbawm tira algumas conclusões temerárias. Como, por exemplo: "O triunfalismo neoliberal não sobreviveu aos reveses do início dos anos 90". É muito otimismo de Hosbsbawm achar que o neoliberalismo se encontre abalado em virtude dos sofrimentos que esteja causando à humanidade a partir dos anos 80.

Infelizmente, a história não é um sistema de reflexos sociais perseguindo o caminho do menor sofrimento. Se fosse assim, não se teria conseguido descer aos abismos de repressão sanguinária atingidos durante o ‘breve século XX’.

Sem dúvida, é absolutamente verdadeira a exposição do que Hobsbawm considera uma depressão econômica comparável à dos anos 30, hoje se estendendo em graus diversos no mundo inteiro. Entretanto, Hobsbawm subestima a capacidade de cinismo dos economistas com acesso ao poder e à grande mídia. Para eles, o que está ocorrendo é apenas um processo "inevitável" de adaptação à "globalização econômica". O sofrimento dos seres humanos não é parâmetro de avaliação dos resultados das políticas decididas pelos clientes desses economistas. E vai continuar sendo assim, enquanto reações sociais de grande envergadura não obriguem os "formuladores de decisões" a reverem seus parâmetros.

Todas as ressalvas acima não impedem que o livro de Hobsbawm mereça ser lido com atenção. Vale um bom curso de História. Mas mesmo os melhores cursos de História têm lições que devem ser recebidas cum grano salis.

FONTE: http://www.vermelho.org.br

A solidez da modernidade

“É preciso ver o homem moderno com suas múltiplas ocupações, vivendo lá fora, devorado pela necessidade de conservar sua fortuna e aumentá-la, a inteligência tomada por problemas sempre renovados, a carne adormecida pela fadiga de sua batalha cotidiana, ele próprio transformado em pura engrenagem na gigantesca máquina social em plena atividade”. (Zola, 1999: 11)




Tudo que é sólido desmancha no ar
A sociedade burguesa, através de seu insaciável impulso de destruição e desenvolvimento e de sua necessidade de satisfazer às insaciáveis necessidades por ela criadas, produz inevitavelmente idéias e movimentos radicais que almejam destruí-la. Mas sua própria necessidade de desenvolvimento habilita-a a negar suas negações internas: ela se nutre e se revigora daquilo que se opõe, tornando-se mais forte em meio a pressões e crises do que em tepos de paz, transforma inimizade e detratores em aliados involuntários.

Marshall Berman



Da modernidade

Ao buscar uma contextualização para explicar resultados e experiências que obtivemos durante a pesquisa, deparamo-nos com a idéia de modernidade em turbilhão, desenvolvida por Marshall Berman em seu livro "Tudo que é Sólido Desmancha no Ar".

Fazendo de forma sutil uma sociologia do conhecimento, ele constata, através uma reinterpretação de autores clássicos, características importantes da modernidade. Estas podem ser bem ilustradas com as constatações de nossa pesquisa sobre a Internet.

Berman recorre durante seu livro a algo que podemos chamar de espírito da modernidade que, segundo ele, já é percebido por alguns pré-modernos como Rousseau. Esse espírito é caracterizado basicamente pelo clamor desenvolvimentista e revolucionário da sociedade moderna. Berman, ao contrário da maioria dos autores, não procura as bases econômicas ou histórico-factuais da vida atual, mas o processo que faz da modernidade algo diferente de fases anteriores da vida humana.

O desenvolvimento nesse caso pode ser traduzido simplesmente pela busca do novo e o que precisa ser analisado de forma minuciosa e crítica são as conseqüências e a forma como acontece este processo. Primeiramente pode-se destacar que o desenvolvimento constante da modernidade acontece de forma dialética, destruindo o antigo para construir o novo pois está dentro do antigo o germe de sua própria destruição. Esta é a caracterização mais simples do que é turbilhão moderno.

É decorrente dessa forma de desenvolvimento o fato da modernidade não conseguir conviver com o velho. Existe uma procura por extirpar do mundo tudo que não for moderno, ou seja, o espírito imperialista domina o homem moderno não permitindo a coexistência de outras formas de vida.

Max Weber, na Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo, expõe as características do pensamento moderno baseado na noção de salvação pregada por Calvino. Segundo essa, o homem deve sempre buscar o melhor, ser um vencedor, ou nas próprias palavras do autor ter sucesso. Pelos olhos de Berman esta racionalidade "de sucesso" se encaixa perfeitamente no ideal desenvolvimentista, que é motor moderno.

O desenvolvimento constante juntamente com a destrutividade moderna causam um impacto sobre a vida do ser humano. O homem contemporâneo é atingido em suas certezas e nas premissas que utiliza para construir opiniões e seguranças. "Tudo que é sólido desmancha no ar" ou parece desmanchar no ar. Uma única certeza, meta, ou processo que aparenta permanecer desde o principio da modernidade é a evolução contínua, a busca da melhora ou de ser o vencedor.

A internet talvez seja o local onde podemos nos deparar com tal fenômeno de forma mais clara. As relações virtuais são, em comparação com as reais, muito mais efêmeras, vazias de significados e rápidas.

O processo com começo, meio e fim, parece se perder e passa a funcionar em função de uma interrupção sempre eminente. Um relacionamento sem conseqüências, sem promessas e obrigações e podem ser facilmente rompidos com um simples clicar de mouse.

A quantidade e a facilidade parecem suprir velhos problemas como o de fins dolorosos ou timidez inicial porém, traz a tona um novo problema: o da falta de consistência.

O anonimato, sempre presente em nossas discussões, quando se trata de internet e relações virtuais, protege a identidade, simplifica o relacionamento e dificulta a solidez.

Uma nova dúvida então se faz em relação ao homem: a solidez é apenas resquício de um passado remoto que estamos apenas terminando de destruir? de uma forma mais Foucaultiana, é um discurso caindo em desuso? Ou freudianamente, é uma necessidade intrínseca do homem ter certezas que o conduzem, como a família e a religião? Sem essas certezas uma crise tecnohumana surgirá como novo problema?

FONTE: Revista Espaço Acadêmico